O jornalista se entregou à Polícia após o STF determinar que ele comece a cumprir a pena de 15 anos de prisão
São Paulo. O jornalista Antônio Marco Pimenta Neves, 74 anos, se entregou na noite de ontem após a Polícia Civil cercar a sua casa na Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele comece a cumprir a pena de 15 anos de reclusão em regime fechado pela morte da também jornalista Sandra Gomide.
Ex-namorado de Sandra, Pimenta Neves ficou preso menos de sete meses, de setembro de 2000 a março de 2001. Desde aquela época, ele estava solto graças a uma decisão do STF.
Ao sair de casa, Pimenta Neves sorriu e cumprimentou os policiais. Ele parecia tranquilo, e afirmou que "já estava esperando" pela prisão.
Parte das dezenas de pessoas que se aglomeravam em frente à casa bateu palmas no momento em que o carro da Polícia saiu em direção à sede da Divisão de Capturas, no Centro da cidade. Outras pessoas gritaram "assassino". Segundo um dos advogados do jornalista, Itagiba Francês ele "está bem, mas debilitado". "Ele está magoado, triste. É um momento de tristeza", declarou, acrescentando que Pimenta Neves mora sozinho e toma remédio para problemas de saúde, como hipertensão.
No início da noite, a Polícia havia cercado a casa do jornalista, mas não podia invadir, por ser mais de 18h e não ser um caso de flagrante.
Decisão da Justiça
Ontem, os ministros da 2ª Turma do STF concluíram que as possibilidades de recurso acabaram e que agora Pimenta Neves tem de começar a cumprir a pena pelo assassinato de Sandra. "É chegado o momento de cumprir a pena. É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais", afirmou o ministro Celso de Mello, relator do caso.
A ministra Ellen Gracie, que costuma participar de encontros internacionais de justiça, disse que o caso é um dos mais difíceis de ser explicado no exterior. "Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?", questionou a ministra.
Pimenta Neves não terá benefícios por ter mais de 70 anos. Quem ultrapassa essa idade tem o tempo de prescrição da pena reduzido pela metade, mas como a pena do jornalista foi alta, isso não ocorreu. Caso consiga comprovar que tem algum problema de saúde, ele poderá conseguir benefícios, como a prisão domiciliar, mas isso não caberá ao STF decidir.
Fique por dentro
Tiros pelas costas
Pimenta Neves matou Sandra Gomide, 32, com dois tiros pelas costas no dia 20 de agosto de 2000, em um haras na cidade de Ibiúna, em São Paulo. Um dos tiros atingiu a cabeça e, o outro, as costas. Após quatro dias, ele confessou o crime. A jornalista tinha terminado um relacionamento de três anos com ele. Na época, era diretor de redação do jornal "O Estado de S. Paulo", onde Sandra trabalhou como repórter e editora de Economia até ser demitida por ele, um mês antes do assassinato. Ele havia sido condenado a 19 anos de prisão por júri popular, em 2006, mas conseguiu, no Superior Tribunal de Justiça, reduzir a pena para 15 anos. Neves continuava solto devido a vários recursos da defesa em diversos tribunais.
São Paulo. O jornalista Antônio Marco Pimenta Neves, 74 anos, se entregou na noite de ontem após a Polícia Civil cercar a sua casa na Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele comece a cumprir a pena de 15 anos de reclusão em regime fechado pela morte da também jornalista Sandra Gomide.
Ex-namorado de Sandra, Pimenta Neves ficou preso menos de sete meses, de setembro de 2000 a março de 2001. Desde aquela época, ele estava solto graças a uma decisão do STF.
Ao sair de casa, Pimenta Neves sorriu e cumprimentou os policiais. Ele parecia tranquilo, e afirmou que "já estava esperando" pela prisão.
Parte das dezenas de pessoas que se aglomeravam em frente à casa bateu palmas no momento em que o carro da Polícia saiu em direção à sede da Divisão de Capturas, no Centro da cidade. Outras pessoas gritaram "assassino". Segundo um dos advogados do jornalista, Itagiba Francês ele "está bem, mas debilitado". "Ele está magoado, triste. É um momento de tristeza", declarou, acrescentando que Pimenta Neves mora sozinho e toma remédio para problemas de saúde, como hipertensão.
No início da noite, a Polícia havia cercado a casa do jornalista, mas não podia invadir, por ser mais de 18h e não ser um caso de flagrante.
Decisão da Justiça
Ontem, os ministros da 2ª Turma do STF concluíram que as possibilidades de recurso acabaram e que agora Pimenta Neves tem de começar a cumprir a pena pelo assassinato de Sandra. "É chegado o momento de cumprir a pena. É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais", afirmou o ministro Celso de Mello, relator do caso.
A ministra Ellen Gracie, que costuma participar de encontros internacionais de justiça, disse que o caso é um dos mais difíceis de ser explicado no exterior. "Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?", questionou a ministra.
Pimenta Neves não terá benefícios por ter mais de 70 anos. Quem ultrapassa essa idade tem o tempo de prescrição da pena reduzido pela metade, mas como a pena do jornalista foi alta, isso não ocorreu. Caso consiga comprovar que tem algum problema de saúde, ele poderá conseguir benefícios, como a prisão domiciliar, mas isso não caberá ao STF decidir.
Fique por dentro
Tiros pelas costas
Pimenta Neves matou Sandra Gomide, 32, com dois tiros pelas costas no dia 20 de agosto de 2000, em um haras na cidade de Ibiúna, em São Paulo. Um dos tiros atingiu a cabeça e, o outro, as costas. Após quatro dias, ele confessou o crime. A jornalista tinha terminado um relacionamento de três anos com ele. Na época, era diretor de redação do jornal "O Estado de S. Paulo", onde Sandra trabalhou como repórter e editora de Economia até ser demitida por ele, um mês antes do assassinato. Ele havia sido condenado a 19 anos de prisão por júri popular, em 2006, mas conseguiu, no Superior Tribunal de Justiça, reduzir a pena para 15 anos. Neves continuava solto devido a vários recursos da defesa em diversos tribunais.
(FONTE:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=986719)
Nenhum comentário:
Postar um comentário