Durante a contra-reforma, o barroco é movimento cultural que atua como um veículo de propaganda eficiente para consolidar a religião católica.
O drama barroco, para conseguir este intento, renuncia à transcendência da história e se transforma num drama secularizado, ligado a uma conceição da história como natureza. Alheia a qualquer transcendência, a história escapa da sua inscrição na história da salvação. É imanente e não conduz a uma finalidade, não tem sentido último. No drama barroco alemão é o destino que conduz os personagens à morte e nada tem a ver as ações que eles pudessem realizar. Não há nele conotação ética de nenhum tipo. São as forças da natureza as que atuam além dos homens. O barroco se centra no anuncio dessa catástrofe.
Mas esta história-destino, tem a sua contra-cara no intento de estabilização da história, numa anti-história. É esta a função que corresponde ao Príncipe a partir da legitimação do seu poder absoluto. Ele tem que criar as condições para afastar as ameaças da rebelião e da guerra civil e garantir à sua comunidade a prosperidade através do exercício da sua autoridade junto à autoridade da Igreja.” (Benjamin, 1984, p. 97)
Estas duas caras remetem à concepção imanente da história, à história como natureza que opõe a historia natural selvagem à história natural instaurada pela vontade do Príncipe.
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